quinta-feira, 18 de novembro de 2010

PERÍCIA - BANCO DE DNA, A FERRAMENTA INVESTIGATIVA


Investigações terão banco de DNA como novo aliado. Peritos gaúchos poderão cruzar as informações recolhidas em locais de crimes de outros Estados - FRANCISCO AMORIM, Zero Hora, 18/11/2010

Um banco de dados com informações genéticas promete ajudar a polícia a elucidar casos em que bandidos deixaram rastros de seu DNA na cena do crime. Desenvolvido para o FBI, a polícia federal norte-americana, o software que cruza códigos genéticos será usado no Rio Grande do Sul e em outros 15 Estados, além do Distrito Federal.

A partir desta semana, os códigos de DNA extraídos de amostras – como sangues, saliva e fios de cabelos – coletadas por peritos gaúchos em locais onde ocorreram crimes, no corpo de vítimas ou ainda cedidas voluntariamente por suspeitos serão inseridos em um banco de dados, chamado Programa Codis (Combined DNA Index System). Essas informações serão compartilhadas com outros Estados. O sistema começou a ser implantado, na prática, no início deste mês.

– Será possível ao perito saber se aquele perfil genético foi encontrado em alguma outra cena de crime. Isso é fundamental para se identificar criminosos – afirma Tríssia Albuquerque, administradora do banco gaúcho instalado no Instituto-geral de Perícias (IGP).

Além de ajudar na investigação de roubos e assassinatos, o Codis deve ser decisivo no combate aos crimes sexuais cometidos em série, que motivam 34% dos cerca de 90 exames de DNA feitos mensalmente pelo IGP. A bióloga ainda garante ao Codis uma outra utilidade: o software será usado na identificação de corpos de vítimas encontradas sem documentos.

Segundo ela, apenas os peritos poderão “enxergar’’ o histórico de cada amostra analisada, que será repassado às autoridades policiais na medida que estiverem relacionadas a casos investigados:

– O perito gaúcho poderá constatar ainda se o perfil genético da amostra analisada por ele foi encontrado em outro Estado. Mas ele terá de entrar em contato com as autoridades de lá para ter outros detalhes.

Delegado define sistema como “ferramenta do futuro”

A adoção desse cuidado se deve à preocupação de manter a independência e segurança de cada Estado na alimentação de seu banco de dados, dentro do Acordo de Cooperação Técnica para implementação da Rede Integrada dos Bancos de Perfis Genéticos (RIBPG). Dessa maneira, os peritos poderão encontrar registros em outros Estados, mas não poderão manipulá-los, reduzindo as chances de fraudes ou apropriações indevidas de informações.

Para o Bolívar Llantada, titular da Delegacia de Homicídios, o banco de dados será fundamental para casos como execuções relacionadas ao tráfico e outros em que há mais de um crime praticado por um mesmo criminoso.

– A partir dos vestígios genéticos coletados pelos peritos, se poderá saber se o agressor esteve em mais de uma cena de crime. É uma ferramenta do futuro – avaliou o policial.

A experiência norte-americana

O banco de dados genético do FBI começou como um projeto-piloto em 1990, em 14 laboratórios estaduais. No ano de 1994 foi criado o Sistema Nacional de DNA nos Estados Unidos. Atualmente, mais de 170 laboratórios estão interligados à rede no país. O banco de dados americano conta com mais de 8,9 milhões de perfis de criminosos (dados de setembro). Em setembro de 2010, o banco produziu informações para 123,9 mil inquéritos. Fora dos Estados Unidos, 25 países já utilizam o software Codis, entre eles, o Brasil. Fonte: Fonte: Federal Bureau of Investigation (FBI)


CSI brasileiro - Humberto Trezzi

Grande e decisivo passo dá a perícia forense ao criar o banco de DNA. É o começo da implantação de um CSI brasileiro, um padrão de investigação aos moldes apresentados nas séries norte-americanas. Excelente, por exemplo, para rastrear serial killers ou tarados sexuais.

Caso já existisse o banco de DNA, talvez um dos maiores criminosos da história gaúcha não tivesse conseguido fazer tantas vítimas. Ele é Adriano da Silva, que em meados da década, na região de Passo Fundo, abusou sexualmente de meninos e depois os matou. Adriano já recebeu oito condenações.

Adriano é paranaense e, no Rio Grande do Sul, não tinha antecedentes quando foi pego. Tanto que chegou a ser averiguado e acabou liberado. Só que era suspeito de crimes no Paraná.O banco de DNA compartilha dados de quase todo o Brasil, de tal forma que casos como o de Adriano sejam mais difíceis de acontecer.

Mesmo com esse novo sistema, ainda é cedo para dizer que o futuro chegou. Nem sequer os bancos de dados criminais de todos os Estados estão unificados – cada vez que um policial pretende checar um suspeito, se ele for forasteiro, exige muita paciência e pesquisas sem fim. Ainda não está disponível, no Brasil, algo que parece óbvio: com apenas um clique de mouse, a ficha completa do sujeito, tenha ele cometido crime aqui ou no Amapá. Ainda precisamos avançar muito.

terça-feira, 27 de julho de 2010

O PODER DA VISÃO - O OLHAR ESTRATÉGICO



O PODER DA VISÃO:


Perceber
Criar
Chegar
Descobrir
Contemplar
Observar
Cuidar
Ponderar
Julgar

- O Sentido humano da Visão - Tirar a venda da cegueira e o olhar míope das questões de ordem pública. Enxergar com mais amplitude a missão, a estrutura policial, o potencial humano, o treinamento policial, as salvaguardas legais e o envolvimento dos demais instrumentos de coação, justiça e cidadania, essenciais na preservação a ordem pública.

- Conceitos Básicos
- Termos e conceitos envolvidos

- A Análise do Cenário - A responsabilidade territorial - Onde estamos? O que somos? O que precisamos?

- A Visão de Futuro - O que queremos ser?

- A Compreensão da Missão
- Qual o nosso compromisso?

- A Incorporação de Princípios e Valores - Quais são os nossos valores e princípios?

- A Definição de Objetivos e Metas
- Que devemos fazer?

- O Estabelecimento de Programas e Ações
- Como devemos agir?

- A Manutenção da Continuidade
- permanência dos policiais compromissados e comprometidos com o programa.

- A Aplicação de Controles e Monitoramento - Verificação das ações e resultados positivos e negativos.

- A Importância do Feedback - Como estamos agindo?

- A Análise dos Resultados
- Que resultados estamos obtendo e podemos obter? Qual é o nível de eficácia qualititativa? Qual é o nível de confiança adquirido?

INTRODUÇÃO

INTRODUÇÃO DE "A ARTE DE POLICIAR"

Esta obra, a primeira do conjunto de cinco livros, irá mostrar para você estratégias e táticas que poderão ser utilizadas para aplicar a filosofia de aproximação, confiança e solidariedade dentro do seu local de trabalho, adaptando o conhecimento às características do povo brasileiro.

Esta filosofia estratégica de policiamento não é inovadora, pois nasceu no Japão nos Koobans e foi difundida para os Estados Unidos (policiamento comunitário) e Europa (policiamento de proximidade). Aqui no Brasil começou com aplicações isoladas do pensamento japonês com a fixação do policiamento em posto e quarteirão determinados e mais tarde trocou a denominação para policiamento comunitário pela influência dos Estados Unidos. Estas iniciativas tiveram pouco apoio institucional, exceto em São Paulo e Rio de Janeiro que buscaram aperfeiçoamento no exterior.

Resquício deste modo de fazer policiamento é encontrado nos anos 60 no Brasil e até mesmo nas polícias dos EUA. O policial aproximado pelo patrulhamento a pé nas ruas, devidamente fortalecido pela lei e apoiado pelas autoridades dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, detinha imagem idônea, fé de ofício, apoio das leis, maior respeito do povo e confiança das autoridades.

Há dois grandes erros na aplicação deste tipo de policiamento.

O primeiro é desconhecer que, no Brasil, está ocorrendo um retraimento da polícia em razão de investimentos em viaturas e tecnologia que distanciam o policial do povo; insuficiência de efetivos; do abrandamento das leis; do enfraquecimento do poder de polícia; da perda da autoridade; da corrupção e violência praticada por policiais; dos remanejamentos de policiais bem relaxionados e compromissados com o local de trabalho; da falta de continuidade dos programas; e a insegurança jurídica e do distanciamento, morosidade, divergências e descompromisso da justiça nas questões de ordem pública.

O segundo é aplicar as idéias oriundas do exterior como o pensamento japonês, o policiamento comunitário de Lee Brown e o programa “tolerância zero” do Bratton, sem atentar para nossa insegurança jurídica, para desestrutura e desarmonia dos instrumentos de ordem pública e para as decisões do Poder Judiciário que não acompanham a agilidade, a seriedade, o comprometimento, a forma coativa de aplicação das leis e da justiça.

É justamente isto que esta primeira obra propõe – o olhar periférico, o saber ouvir da anamnese que os médicos utilizam, tato para perceber a gravidade da situação, a satisfação com os resultado e níveis de comprometimento e o perfume que exala de trabalhos bem realizados e aprimorados pelo treinamento.

Portanto, meu amigo, tire a venda que tapa os olhos e a viseira que o obriga olhar para só frente, retire as amarras e enxergue seu trabalho como um dever policial onde a idoneidade, a solidariedade, a intuição, as relações pessoais e a disciplina são importantes para o sucesso. Visualize o trabalho como um instrumento de paz social e de preservação da ordem pública; e internalize o pensamento e as ações policiais dentro de cada um dos sentidos humanos. Serão eles que irão guiar os passos para atingir o propósito de preservar a ordem pública no local onde presta serviço. Com isto, estará praticando uma arte que facilitará a aprendizagem e a compreensão para orientar as ações que irá desenvolver no local de trabalho.

OS CINCO LIVROS


O Poder da Visão – Olhar periférico, multidisciplinar e estratégico - enxergar o negócio, a missão, a visão ideal da ordem pública, conhecer a sí mesmo e visualizar o futuro.

O Poder da Audição – o saber ouvir da anamnese que os médicos utilizam (publico interno e publico externo) – Ouvidoria e Diagnóstico - Conhecimento das ameaças, das oportunidades, dos pontos fortes e dos pontos fracos.

O Poder do Tato – Perceber as ameaças, oportunidades e a gravidade da situação - fortalecer os pontos fracos e reforçar os pontos fortes – Atuar conforme a necessidade - Aplicação equilibradas dos recursos e potencial humano - Remanejamento e mudanças de estratégias -

O Poder da Confiança (Olfato) – O perfume que exala de um dever realizado - Treinamento e Confiança

O Poder da Satisfação (Paladar) – Satisfação com os resultados, níveis de comprometimento e valorização profissional e institucional.